precisava de coragem.

Acho que nunca tive coragem. Nunca tive coragem de vos contar, aqui, e num post a situação da minha mãe. Não é fácil de lidar com isto todos os dias e este é um dos motivos porque agora ando longe da blogosfera. 

 Em junho, descobriu que tinha cancro da mama, ela nunca me escondeu nada e agradeço-lhe por isso. Em agosto, começou a fazer quimioterapia, depois de se submeter a vários exames, um bocado dolorosos para ela, que é uma mariquinhas. Eu nunca faltava a uma sessão, fazia-lhe sempre companhia, vivi com ela isto, não tanto como ela própria. mas vivi. 

Quem está de fora não sabe nem metade do que isto é para a pessoa que depois recuperar de um tratamento, saber que só faltam 3 dias para fazer o próximo e ir abaixo novamente, mas a minha mãe foi forte o suficiente para ultrapassar. 

Depois disso, foi operada e retirou apenas o tumor, a operação correu bem. "Está tudo limpinho", disse-lhe o médico, ela ficou feliz por saber que o pesadelo tinha acabado, finalmente. Eu tenho sido a dona de casa agora, visto que ela não pode fazer esforços, o que me custou a habituar porque mal fazia algo cá em casa.
Na semana passada, foi a uma consulta e tudo se desmoronou, o sorriso que outrora era de alivio se tornou naquele momento, quase numa lágrima grossa e fria. 

"Não temos a certeza absoluta que está tudo limpo, se não estiver terá que fazer uma nova operação para retirar o peito." 

Mas se não têm agora a certeza como tiveram antes? FODA-SE.